Explorar a Floresta Amazônica é uma experiência única, enriquecedora, cheia de aventuras e paisagens fantásticas.
O primeiro passo para conhecer a Amazônia é definir o ponto de partida, pois trata-se de uma região composta por Brasil, Bolívia, Peru, Equador, Colômbia, Venezuela, Guiana, Suriname e Guiana Francesa.
Já os estados brasileiros que compõem a Amazônia são: Amazonas, Acre, Roraima, Rondônia, Pará, Maranhão, Amapá, Tocantins e Mato Grosso.
Depois de analisar todas essas possibilidades, a escolha foi o estado do Amazonas, pois além de explorar a floresta, havia a vontade de conhecer a capital Manaus.
Foi hora de comprar as passagens aéreas e reservar hotel em Manaus. Essas foram as únicas providências que tomei antes da viagem.
Há várias agências em Manaus que oferecem a experiência de imersão na selva. O primeiro contato foi no Porto de Manaus. Conversei com um guia turístico e fechei todos os passeios da viagem com ele.
A reserva para hospedar-se em um hotel de selva funciona de forma diferente dos hotéis convencionais. Isso porque o translado é bem peculiar e fica totalmente inviável fazer por conta própria. Além disso, todos os hotéis de selva possuem as refeições incluídas, pois obviamente são locais isolados.
Para definir quantos dias ficar na selva, é necessário levar em consideração as atividades que serão feitas, se você deseja acampar fora do hotel e o tempo que deseja desligar-se para imergir na selva.
O guia sugeriu de dois a quatro dias, mas falou que no quarto dia poderia ficar entediante, mas claro que isso é muito particular de cada um.
Minha decisão foi ficar dois dias e uma noite, ou seja, paguei duas diárias. É assim que funciona o hotel de selva. Fiquei com medo de ficar entediada e a questão financeira também pesou. Paguei R$400 a diária.
Desta forma, eu e meu marido pagamos R$1600 por toda experiência. Esses valores são totalmente compreensíveis, visto que incluem translado, passeios, comida e hospedagem. Pode ter certeza que vale cada segundo.
Dica: se você deseja dormir uma noite no meio da selva (acampar) recomendo passar pelo menos duas noites. Assim você aproveita uma noite no hotel e uma noite na selva.
Veja a seguir o roteiro completo passo a passo, tudo está incluído nos valores das diárias:
Saí de carro do hotel no centro de Manaus às 8h em direção ao Porto de Ceasa. O trajeto de 11 km é feito por um motorista da agência.
Já no porto, o trajeto continua de lancha (meia hora) até o Porto de Careiro da Várzea. Aguardei reunir todo mundo que estava indo ao mesmo hotel e seguimos adiante. Neste trecho, passamos pelo encontro das águas de Rio Negro e Solimões.
Depois de atravessar o rio, um motorista estava aguardando toda a turma para seguir viagem, desta vez foi de kombi e levou aproximadamente 1:30h.
De repente o motorista para no lado de uma casinha, na beira de um rio. Lá estava uma canoa nos esperando. Este trecho durou cerca de 1:30h e foi incrível. Como disse um garoto que estava junto na canoa, parecia como os documentários do National Geografic, mas claro que tudo ao vivo e a cores. A sensação de navegar em meio a selva é algo muito difícil de descrever. Somente o trajeto para chegar ao hotel já valeu o passeio todo.
O Hotel
O hotel se chama Ipanema Lodge e acreditem se quiser, tem até ar condicionado. Que durante o dia mal funciona de tanto calor. As acomodações são simples, mas muito confortáveis para uma noite de sono. O chuveiro só funciona com água fria, mas com o calor que faz o ano todo, não há necessidade de água aquecida.
Há um restaurante onde são feitas todas as refeições do dia e muitas varandas para apreciar a floresta ao nosso redor. É possível nadar em frente ao hotel sem perigo algum durante o dia também, o que é muito bom para se refrescar.
De volta ao roteiro, assim que chegamos, só largamos as mochilas e fomos almoçar. Após o almoço descansamos por 1 hora e começamos as atividades. Saímos novamente de canoa e fomos fazer a Pesca da Piranha.
Engana-se quem acha que é fácil. Nosso guia levou como isca galinha crua e cada 1 de nós começou a tentativa. Estávamos em 7 pessoas + o guia e ninguém conseguiu. Então fomos para um lugar diferente. Neste meio tempo estávamos todos suados e com muito calor. Assim o guia achou um lugar seguro pra gente mergulhar no Rio. Pelo menos ele garantiu que nenhum bicho ia nos morder (risos).
Eu fui a primeira a pular, todos estavam um pouco receosos, mas no final só 1 pessoa do grupo não pulou porque não sabia nadar. A água estava perfeita! Temperatura muito agradável e refrescou todo mundo.
O guia em seguida embrenhou nossa canoa no mato e ficamos bem embaixo de uma árvore de bacuri: uma fruta amarela e pequena com um gosto azedo, mas muito saboroso. Todo mundo começou a comer sem parar. As frutinhas mais maduras estavam no topo. Então o guia subiu na árvore (com uma facilidade que foi quase um deboche rs) e começou a sacudir os galhos. Foi uma chuva de bacuris. Comemos e nos divertimos muito. No final até sobrou.
Voltamos para tentar mais uma vez fazer a pesca da piranha, já era fim do dia. Finalmente nosso guia conseguiu, mas somente ele. Já valeu pois vimos pela primeira vez a piranha de pertinho: vermelha, pequena e com dentes afiados!
A última atividade antes do jantar foi assistir ao pôr do sol. O silêncio da selva em conjunto com o cenário é extremamente difícil de descrever, por isso vou deixar o vídeo da experiência completa no final deste post.
Regressamos ao hotel para tomar banho e jantar. Feito isso, fomos observar jacarés durante a noite. Segundo nosso guia, os jacarés maiores se assustam com qualquer movimento e nadam para longe da canoa, já os filhotes são tranquilos. Foram vistos dois jacarés filhotes. Alguns conseguiram ver os olhos de um adulto, mas confesso que não vi nada. Era só escuridão absoluta e a luz da lanterna.
Depois disso, fomos todos para os quartos dormir. No dia seguinte, às 5h da manhã, foi hora de contemplar o nascer do sol. Apesar de algumas nuvens no céu, novamente o cenário foi de tirar o fôlego.
Já no hotel novamente, foi hora do café da manhã e mais uns minutos de descanso. Por fim, fomos a nossa última atividade: fazer uma trilha no meio da selva. Seguimos de canoa mais uns 30 minutos até achar terra firme. Logo em seguida a trilha já começou.
Para esta atividade use muito repelente e roupas compridas, pois há muitos mosquitos e formigas, que inclusive me morderam por cima da calça.
Durante a trilha conhecemos diversas árvores, como o açaizeiro. O Léo, nosso outro guia na trilha, subiu no pé para colher açaí. São mais de 20 metros de altura e ele subiu sem nenhuma proteção. Uma verdadeira loucura!
O Tiago, meu marido, comeu larvas de borboleta junto com guia, mas eu não tive coragem. Eles falaram que não gosto de nada.
Na trilha também encontramos a formiga-bala ou tucandeira. Ela tem esse nome pois sua ferroada, apesar de não ser venenosa, dói como uma bala de revólver e a dor permanece por mais de 18 horas. Alguns grupos indígenas usam a formiga para fazer um ritual muito interessante. Ficou curioso? Leia então esta matéria do site INFOAMAZONIA, pois explica em detalhes como é o ritual.
ROTEIRO COMPLETO - Hotel na Amazônia: como hospedar-se no meio da floresta com segurança
Depois de todas essa aventuras e descobertas incríveis, retornamos mais uma vez ao hotel para o almoço. Em seguida foi hora de arrumar a mochila e fazer todo o trajeto de volta a Manaus.
Como falei anteriormente, eu fiz um vídeo com toda a experiência. Vale a pena assistir e saber como foi cada relato descrito acima. Se gostar, aproveita para se inscrever no canal do Viaje24h. Tem muito vídeo sobre a Amazônia e outros destinos do Brasil e do mundo.
Comodidade
Se você prefere ter tudo programado e agendando antes da viagem, também é possível. A seguir vou deixar algumas opções de pacotes completos na selva:
Vou deixar também vídeos curtinhos sobre dicas de viagem sobre a Amazônia aqui: melhor época, estações climáticas e temperatura.
Para saber o que levar na mochila quando viajar a Amazônia não deixe de assistir também:
Ainda não acabou! Se você quer saber como se hospedar em outros lugares do Brasil e do mundo vai gostar também:
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