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Cintia Caciatori

O que fazer no centro histórico de Manaus: Largo São Sebastião

Manaus é a capital do estado do Amazonas, região norte do Brasil. Considerada uma das principais cidades do país, é a sétima mais populosa. Em minha opinião, é um ótimo ponto de partida para explorar a floresta amazônica. Fora isso, a cidade oferece muita história e aprendizado. Há uma vasta coleção de museus e ensinamentos sobre a cultura indígena. Principalmente no centro histórico da cidade, onde encontra-se o grandioso Teatro Amazonas, um dos mais importantes do Brasil.



O Largo São Sebastião é o coração do centro histórico de Manaus. Seu nome faz referência a Praça e a Igreja (de mesmo nome). Em seus arredores estão o Teatro Amazonas, diversos museus, restaurantes típicos e bares tradicionais como o Bar do Armando. A região é democrática e de fácil acesso. Durante o dia ou durante a noite, é tranquilo caminhar sem nenhum perigo.



Dica: Para mim, esta é a melhor região para hospedar-se. Se você gosta, assim como eu, de explorar a pé os pontos turísticos, esta parte da cidade reúne boa parte deles. Sem falar que é ideal para sair a noite nos barezinhos e restaurantes (que sempre estão cheios) sem preocupação. Eu fiquei hospedada no hotel Casa dos Frades, ao lado da Igreja.



Praça São Sebastião

Dois pontos são muito interessantes na Praça São Sebastião: o calçamento e o monumento.

Eu fiquei impressionada em saber que os desenhos do calçamento da praça representam o encontro das águas de Rio Negro em Solimões. Só tive essa informação quando visitei a praça. Mais tarde, em Copacabana, no RJ, o mesmo desenho foi usado nos famosos calçadões na beira do mar.



Já o monumento que fica no centro da praça é chamado de Monumento à Abertura dos Portos em Manaus, simbolizando a abertura dos portos para navegação estrangeira durante o período de riqueza da exploração da borracha.

O monumento e a estátua de bronze foram criados pelos artistas italianos Domenico de Angelis e Enrico Quatrini. Para saber mais detalhes leia este artigo do Portal da Amazônia.


Teatro Amazonas

O Teatro Amazonas é o cartão postal de Manaus. Seu projeto foi desenvolvido em 1881 para atender à elite da época que vivia o apogeu do Ciclo da Borracha.

A obra é magnífica e cheia de exageros “normais para época”. Os materiais na maioria foram importados, como as paredes que vieram de Glasgow, na Escócia. Outros exemplos são os mármores de Carrara e lustres de Murano. O teto foi pintado na França e a estrutura metálica da cúpula também veio de lá.

Destaque também para o pano de boca, considerado raridade. Foi confeccionado em 1896 por Crispim do Amaral inspirado no encontro das águas de Rio Negro e Solimões.



A visita

A informação que mais me marcou na visita ao teatro foi sobre sua finalização. Em 1894 a obra foi suspensa, pois os construtores queriam alterar seu projeto inicial. Só em 1892 o então governador Eduardo Gonçalves Ribeiro conseguiu reiniciar e concluir a obra.

Conhecer sua história através da visita ao museu foi fantástico. Eduardo foi militar e responsável por transformar Manaus. Muitas obras relevantes ocorreram durante seu governo, para atender a elite dos barões da borracha. Tudo isso fez com que Manaus fosse chamada de Paris dos Trópicos.


Paróquia São Sebastião

Está localizada em frente ao largo de mesmo nome. Foi fundada em 1888 e é uma das igrejas mais antigas da cidade. Alguns anos depois, em 1912 recebeu o título de Paróquia. Antes era apenas uma capela. Vale a pena também visitar seu interior, a entrada é gratuita.





Bar do Armando

O Bar do Armando é o mais tradicional da cidade e depois de mais de seis décadas virou Patrimônio Cultural Imaterial do Estado do Amazonas.

O estilo do bar é bem simples, do jeito que eu gosto. O melhor lugar para ficar é nas mesas das ruas por causa do calor. E apesar de todo o calor, a cerveja é sempre super gelada! Os petiscos são bem gostosos também, com destaque para a isca de Pirarucu, um peixe famoso da região.

Confesso que fomos praticamente todos os dias no Bar do Armando, os garçons já reconheciam a gente e ajeitavam uma mesinha na rua.

O bar também possui música ao vivo, mas que nem sempre é boa. Já quando tocava um sambinha de raiz, tudo ficava perfeito pra curtir uma noite de calor!


O que fazer no centro histórico de Manaus: Largo São Sebastião

Palácio da Justiça

A obra foi iniciada no final do século XIX pelo governador Eduardo Ribeiro, o mesmo que concluiu a obra no Teatro Amazonas. É mais um edifício que representa a arquitetura dos tempos áureos do ciclo da borracha.

Por sinal, localiza-se exatamente atrás do Teatro. Por isso fica fácil conhecê-los em um mesmo dia.


Visitação

Sua implantação foi para abrigar o poder judiciário do estado do Amazonas, mas hoje funciona como um centro cultural.

A visita é gratuita e guiada. É possível conhecer os principais cômodos do palácio e apreciar exposições de arte temporárias.



Banca do Largo

Engana-se quem acha que a é uma banca comum. Na verdade é uma livraria especializada na literatura da Amazônia. O livreiro e proprietário, seu Joaquim, nos deu ótimas dicas de leitura e tivemos uma ótima conversa com ele. A visita foi em julho de 2022 e em janeiro de 2023 seu Joaquim faleceu depois de complicações cardíacas.

Por isso, dedico esse post e todo conteúdo sobre a cidade de Manaus e da Amazônia do Viaje24h ao seu Joaquim, in memoriam.



Tacacá da Gisela

Tacacá é um prato típico da Amazônia de origem indígena. É como se fosse uma sopa servida numa cuia. Os ingredientes são: tucupi (caldo de goma de mandioca), camarão e jambu, uma erva amazônica que deixa a boca levemente dormente.

A “barraca” fica do ladinho do Teatro Amazonas e da Banca do seu Joaquim. Considerado um dos melhores tacacás da cidade.



Galeria do Largo

É uma galeria de exposições temporárias e produções artísticas que tem o objetivo de abrir espaço aos artistas manauaras, desde os mais renomados até os mais periféricos. A entrada é gratuita. Horário de funcionamento: de terça a domingo das 15h às 21h.


O que fazer no centro histórico de Manaus: Largo São Sebastião

GaleriAmazônica

É um espaço de venda e exposição de artesanatos provenientes de mais de 15 etnias regionais. Tudo é sustentável e as peças são lindíssimas. O projeto levanta a bandeira de comércio justo que valoriza o fornecedor, o cliente e suas relações. Para mais detalhes acesse o site oficial.


Casa das Artes

É um local de exposições temporárias e atividades culturais. Minha viagem foi em julho de 2022, mesma época do Amazonas Green Jazz Festival, e na Casa das Artes havia uma exposição interativa sobre o tema. Veja a agenda completa no site oficial.



Casarão de Ideias

Durante nossas andanças pelo Largo descobrimos o Casarão de Ideias e resolvemos entrar para conhecer. O lugar é muito agradável para tomar um drinque e comer um aperitivo. O mais legal é que tem também uma sala de cinema que valoriza o cinema nacional.



Outros lugares para comer e beber no Largo: Tacaca da Ivete, Tambaqui de Banda,Sorveteria Barbarella, African House, Casa do Pensador e Casa Monsenhor.



O mais legal é que todos esses lugares podem ser visitados a pé e se encontram bem pertinhos um do outro. Além da facilidade de locomoção é um dos lugares mais importantes historicamente da cidade.


Para finalizar, não deixe de assistir ao vídeo com todo o roteiro descrito acima:



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