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  • Cintia Caciatori

5 coisas desagradáveis que você precisa saber antes de viajar ao Panamá


Primeiramente, quero deixar claro que vale muito a pena conhecer o Panamá. Como todo lugar no mundo, existe o lado bom e ruim, e nada mais justo do que compartilhar com vocês. Afinal, é muito melhor viajar preparado.

Vou dividir algumas situações ruins que passei durante minha estadia no Panamá e que podem ser evitadas com conhecimento prévio:

1 – Moeda


A moeda oficial chama-se Balboa, mas leve dólar. Todo lugar aceita dólar, talvez o troco seja recebido em Balboa, porque lá ninguém tem troco pra nada.

Preparem bem o bolso, o Panamá é caríssimo. Realmente eu não tinha noção que era tanto. Por exemplo: uma cerveja no Brasil custa 5 reais, lá custa 5 dólares. Os valores em números são bem parecidos, mas tudo é em dólar. Aí pode multiplicar pelo câmbio, que por sinal não está nada favorável.

Quando fui trocar dinheiro na casa de câmbio, já havia recebido a dica de que notas velhas ou amassadas não seriam aceitas no país. Então tomou-se todo cuidado de passar somente notas novas ou em bom estado. Até aí tudo bem.



Já durante a viagem, em várias situações fui fazer pagamento com nota de U$50 e nunca ninguém tinha troco. Houve um dia no Burger King que a atendente pegou uma nota de U$100 da minha mão e levou até a gerente dela. Elas ficaram analisando a nota, olhavam e riam. Depois devolveram a nota e falaram que não tinham troco. Fiquei enfurecida, achei muita falta de respeito. Rolou um deboche, sabe? Como se quiséssemos passar uma nota falsa e dar um golpe.


A dica então é: além de notas novas, levem notas de valor baixo. As casas de câmbio costumar fornecer sempre notas altas, na hora é difícil ter notas pequenas e em bom estado. Então é bom agendar e fazer o pedido com antecedência, pois como perceberam, as exigências são muitas.



2 - Atendimento aos clientes


Terrível. Houve uma loja que meu namorado queria comprar um produto, mas estava sem preço. Fomos até o caixa e depois de uns 20 minutos esperando as funcionárias “descobrirem” o preço, resolvemos dar uma volta e retornar mais tarde para buscar. Fomos 4 vezes até elas resolverem, ainda com cara de deboche. Provavelmente nem iam resolver, mas meu namorado insistiu que queria o produto. Eu já estava saturada de tanta má vontade.

Em outra loja eu estava vendo óculos de sol. Quando pedia pra provar a atendente suspirava. Até que pedi para experimentar outro e ela disse que “aquele era muito caro”. Depois dessa virei as costas e saí.

Só pra deixar claro, era tudo loja outlet, ok? Porque não é do meu perfil ficar enchendo o saco nas lojas, com produtos que não posso comprar. Tenho horror a isso, e só entro quando realmente tenho interesse em comprar.


3 - Transporte Público


Dentro da Cidade do Panamá é tudo ótimo, com o metro praticamente finalizado, ficou realmente bom. Agora pra fazer viagem entre cidades, pode chorar.

A bagunça já começa na rodoviária. Quando fomos para Bocas de Toro, que fica a mais de 600km da Cidade do Panamá, compramos a passagem um dia antes para evitar contratempos. No dia seguinte lá estávamos nós com duas horas de antecedência na rodoviária, até que o ônibus chegou e fizeram o aviso do embarque. Detalhe que o aviso é sempre feito por uma pessoa que fica berrando sem parar, imagina isso em mais de 30, 40 plataformas? É um inferno.


Agora preste atenção! Entre a sala de espera e a plataforma, há uma catraca. E para atravessar a bendita catraca, é necessário uma tarjeta que também precisa ser comprada.


Resumindo, ninguém avisou nada! Nem na compra da passagem e nem na sala de espera. Todo mundo embarcando e nós já desesperados. Tiago estava pronto pra sair voando atrás dessa tarjeta, até que um cara que estava plantado do lado da catraca, pediu dinheiro pra passar a tarjeta dele. Acho que ele já fica ali de propósito. De qualquer maneira pagamos e agradecemos. Que alívio, vamos entrar no ônibus de uma vez por todas!


Neste meio tempo formou-se uma baita bagunça, aglomero de pessoas e filas enormes. Não é permitido levar nenhuma bagagem na parte de cima, nem mesmo uma mochila pequena. Então despachamos a bagagem na parte de baixo e pegamos outra fila para embarcar. Uma senhora estava sentada no banco do motorista para conferir os assentos e nossos nomes não estavam na lista. Simples assim. A gente com a passagem impressa na mão, bagagens dentro do ônibus e ninguém explicou nada. Tivemos que tirar as bagagens e esperam o próximo ônibus. Pensa numa pessoa irada, era eu!

Eu sempre faço tudo com antecedência para evitar qualquer contratempo, mas não adiantou absolutamente nada!

Resumindo, por “sorte” tinha outro ônibus no mesmo dia. Esperamos e na segunda tentativa conseguimos finalmente embarcar.

O ônibus era extremamente desconfortável para uma viagem de mais de 10 horas, chegamos quebrados. Já na volta o ônibus quebrou e ficamos 2 horas no meio do mato e na completa escuridão. Demorou mais de 12h pra retornar a Cidade do Panamá. Hoje eu dou risada, mas foi tenso!


4 – Lixo


O Panamá infelizmente é um país muito sujo. Acredito que seja uma mistura de problema de coleta de lixo, com o hábito dos moradores. Quando cheguei ao Panamá, fui direto a cidade portuária de Colón, pois faria um cruzeiro no dia seguinte. Foi uma das cidades mais sujas que visitei na minha vida. Falta saneamento básico e a coleta de lixo muito provavelmente não existe.

Há ruas fechadas de tanto lixo nas estradas. Desde comida, até móveis, sofás, etc. Uma tristeza de se ver! Um povo tão bonito, mas a impressão que dá é que não se incomodam. Ou talvez já tenham se conformado.


Na Cidade do Panamá já é um pouco diferente, as regiões turísticas são mais limpas. Quando eu caminhava na Vía Argentina, por exemplo, uma avenida famosa por seus pubs e restaurantes, podia perceber que os locais destinados ao lixo dos estabelecimentos estavam sempre cheios, fedidos e escorrendo uma água suja. A impressão é que a coleta não supre a demanda.

Já em regiões mais nobres como a Avenida Samuel Lewis, tudo estava impecável! A Cinta Costanera e Casco Antíguo também são bem limpos.




No metrô, que é bem novo na cidade, a campanha é pesada. Todas as estações possuem avisos: “Nem um papel sequer no chão”. Como andei sempre de transporte público, tive acesso à parte periférica da capital, que é bem suja também.


Até as ilhas paradisíacas do arquipélago de San Blás têm lixo, fiquei chocada! A ilha Chichime é umas das ilhas habitadas pelos indígenas do arquipélago e infelizmente eles mesmos misturam o lixo e deixam jogado na ilha. Alguns turistas são bem sem noção também. Deixam lixo jogado, quando o certo é nem deixar o lixo na ilha, mas sim levar consigo de volta e depositar no lugar correto.


As ilhas de Bocas de Toro do outro lado do país é a mesma situação. Na ilha Carenero, por exemplo, a regra é levar o lixo consigo de volta. Quando fui andar pela ilha, encontrei muito lixo jogado no chão. Há alguns policiais para ajudar na proteção dos turistas. Presenciei muitos deles do lado de uma montanha de lixo conversando e rindo, sem fazer nada. Poderiam muito bem fazer um mutirão de coleta e tudo ficaria limpo num instante.

Realmente parece que eles não tão nem aí, que falta vontade. Talvez pelo fato de não terem sido ensinados, ou por relaxamento mesmo.


5 - Pedir informação


Pedir informação é um problema. A maioria das pessoas faz cara feia e uma grande parte não sabe explicar, alguns bem-intencionados explicam, mas é tudo ao contrário. Incrível! Aqui darei 2 exemplos, mas teve muito mais:

Começou já de cara no aeroporto. Perguntei para umas seis pessoas onde pegava ônibus até o centro da cidade. Alguns falaram que não tinha, outros falaram que tinha, mas a tarjeta necessária não era vendida no aeroporto. Ou seja, não dava pra pegar o ônibus, tinha que ir de táxi, que por sinal é uma fortuna.

Como eu sabia que dava, pois já havia pesquisado antes da viagem, fui pra parte de fora do aeroporto atrás de ônibus.

Depois de caminhar uns 10 minutos, encontramos um policial e perguntamos novamente. Ele nos falou que precisava comprar a tarjeta dentro do aeroporto! Tivemos que voltar! Realmente não sei se é má vontade ou desinformação.

Aqui tem um vídeo de como foi o trajeto do aeroporto até o centro:


Outro caso foi nossa visita a Casco Antíguo, centro histórico da Cidade do Panamá. Estávamos na estacão central Albrook e queríamos saber qual ônibus precisávamos pegar pra chegar até lá. A maioria não sabia responder, outros diziam que não existia. Até que indicaram a linha com destino a estação 5 de Mayo, mas que era somente a metade do caminho.

Entramos no ônibus e tentamos conversar com a motorista (lá tem bastante mulheres que são motoristas de ônibus, achei legal!) pra pedir alguma luz. Ela fez uma cara de poucos amigos e não explicou nada. Até que um casal viu a nossa situação e disse que estava indo na mesma direção.

A verdade é que realmente a última parada é a 5 de Mayo. Depois só é preciso caminhar mais uns 15 minutos pra chegar ao centro histórico. Simples. Inclusive tem até linha de metrô na 5 de Mayo. Nem precisávamos ter pego ônibus, mas só depois de passar por tudo isso conseguimos entender. Veja o vídeo para conhecer melhor:


Existem também pessoas boas! Lógico! Tive ajuda além do casal, de uma senhora muito querida quando estávamos no metrô pela primeira vez. A dona do hostel que ficamos também foi muito gentil. Fomos muito bem tratados também, mas de um modo geral é bem complicado.

Para finalizar, deixo aqui o vídeo do lugar mais fantástico que visitei no Panamá, assim ninguém desanima de conhecer o país depois de ler este post (risos).



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